Amorim despede-se com 'masterclass'. As notas do Sp. Braga-Sporting

Leões chegaram a parecer estar condenados à derrota, mas as mexidas do treinador valeram três preciosos pontos, antes da partida rumo ao Manchester United.

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Carlos Pereira Fernandes
11/11/2024 07:29 ‧ há 4 semanas por Carlos Pereira Fernandes

Desporto

Análise

Melhor despedida não era possível. O Sporting visitou e derrotou, este domingo, o Sporting de Braga, por 2-4, numa partida em que chegou a parecer estar condenado à derrota... antes de Rúben Amorim dar um 'murro na mesa' e baralhar tudo.

 

Foi uma equipa verde e branca a 'transpirar' ansiedade aquela que se apresentou, no Estádio Municipal de Braga, demasiado permeável às saídas rápidas dos arsenalistas. Foi, de resto, precisamente assim que surgiu o primeiro 'susto', aos 11 minutos, quando Bruma atirou para defesa atenta de Franco Israel.

Aos 20 minutos, os homens de Carlos Carvalhal não foram tão perdulários, e chegaram mesmo ao golo, por intermédio de Ricardo Horta, num lance que promete dar (muito) que falar, dada a confusão que o antecedeu, na grande área leonina.

Ainda antes do apito para o intervalo, o internacional português voltou a fazer das suas, desta feita, na sequência de uma perda de bola de Daniel Bragança, no meio-campo, que deixou o resto da equipa totalmente exposta ao adversário.

Pelo meio, Rúben Amorim perdeu Pedro Gonçalves, devido a lesão. Para o seu lugar, entrou Geny Catamo, que, aliado às de Jeremiah St. Juste, Conrad Harder e Hidemasa Morita, que renderam Zeno Debast, Maxi Araújo e Daniel Bragança, deram outra 'vida' aos campeões em título.

Assim que entrou, o médio japonês marcou, na recarga de uma bola à trave de Jeremiah St. Juste, dando o mote para aquilo que se seguiu. Aos 81 minutos, Gonçalo Inácio, também ele saído do banco, assistiu para o golaço de Morten Hjulmand, que repôs a igualdade.

A 'loucura' tomou conta da partida, mas, dada a 'maré' da mesma, ninguém duvidava que, mais cedo ou mais tarde, a vitória acabaria mesmo por surgir. Assim aconteceu, pelos pés de Conrad Harder, que bisou no espaço de cinco minutos e selou o resultado final.

Feitas as contas, com este triunfo, o Sporting passa a somar 33 pontos, o que o deixa na liderança isolada da I Liga, na saída para a última paragem para compromissos internacionais de 2024. O Sporting de Braga, por seu lado, é quinto classificado, com 20 pontos.

Figura

Morten Hjulmand fez jus ao cargo de capitão e apareceu, precisamente, quando o Sporting mais dele precisava. Após uma primeira parte desastrosa, o internacional dinamarquês reuniu as 'tropas' e manteve-as concentradas na tarefa. Rubricou um 'recital', no meio-campo, que coroou com um golaço, que repôs a igualdade.

Surpresa

Uma distinção que não pode ir para outro jogador que não Conrad Harder. Com um Viktor Gyokeres mais 'apagado' do que o costume, a jovem promessa entrou e, com muita personalidade, dotou a equipa de toda uma nova irreverência, que acabou por ser recompensada com dois (decisivos) golos.

Desilusão

Daniel Bragança foi a aposta de Rúben Amorim para procurar controlar o jogo com bola, mas esteve longe de ser feliz nesse capítulo. Não conseguiu dar ao Sporting a fluidez de jogo que era necessária, e ainda ficou 'mal na fotografia' no segundo golo de Ricardo Horta, com uma perda de bola em zona proibida.

Treinadores

Carlos Carvalhal: Foi um Sporting de Braga 'cirurgicamente' preparado para explorar as principais debilidades do adversário aquele que se apresentou, na Pedreira. Ricardo Horta bisou e deixou a 'porta' da vitória escancarada, mas a abordagem excessivamente cautelosa adotada na segunda parte deitou tudo a perder.

Rúben Amorim: Este Sporting foi um reflexo do momento que atravessa. Perigoso, a procurar controlar... mas sem conseguir conter tamanha ansiedade. Aí, o treinador deu uma completa 'masterclass'. Contornou as dificuldades, dotou a equipa de novas 'armas' e despediu-se com um triunfo que não merece contestação.

Árbitro

Os 'holofotes' estarão virados, sobretudo, para o golo inaugural, visto que Ricardo Horta rematou à baliza com o guarda-redes adversário, Franco Israel, estendido no relvado, após um choque com Gabri Martínez. Uma decisão, no mínimo, discutível, numa exibição de Luís Godinho que, globalmente, não merece outros grandes reparos.

Leia Também: O polémico golo de Ricardo Horta que complicou a vida ao Sporting

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