Os primeiros sinais de demência podem manifestar-se no andar

Estão associados à degeneração de áreas do cérebro responsáveis pela coordenação e controlo motor.

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Notícias ao Minuto
04/12/2024 11:22 ‧ há 15 horas por Notícias ao Minuto

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Doenças neurológicas incapacitantes

Os sinais de demência vão muito para além das conhecidas falhas de memória. "Estudos indicam que mudanças no andar, como passos mais curtos, ritmo mais lento e alteração no balanço dos braços, podem ser consequência de dificuldades na comunicação entre o cérebro e o sistema motor. O agravar do sentido de direção, por exemplo, está frequentemente associada a défices cognitivos iniciais, como comprometimento da memória espacial", explica ao jornal Metrópoles o neurologista Maciel Pontes.

 

"Demências como o Alzheimer afetam o lobo frontal, crucial para a tomada de decisões e o controle motor. A perda de sinapses e a morte neuronal prejudicam a integração entre movimento e função cerebral, resultando nessas alterações motoras", esclarece o especialista.

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Além disso, "há uma condição designada síndrome de risco motor cognitivo, que combina queixas de perda de memória com lentidão ao caminhar. Quando estes dois sinais surgem juntos, o risco de demência cresce de forma considerável", acrescenta o neurocirurgião Renato Campos, em declarações ao mesmo jornal.

Quanto aos sintomas, podem variar conforme o tipo de demência. "Demências como a de corpos de Lewy estão intimamente ligadas a problemas motores, como instabilidade postural, quedas frequentes e lentidão dos movimentos. Além disso, existe a hidrocefalia de pressão normal, uma condição que, embora menos conhecida, pode ser reversível se tratada adequadamente", refere. 

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Recorde-se que demência é um termo genérico utilizado para designar um conjunto de doenças que se caracterizam por alterações cognitivas que podem estar associadas a perda de memória, alterações da linguagem e desorientação no tempo ou no espaço. Para a maioria não existe tratamento. Porém, está provado que cerca de 40% das demências, como o Alzheimer (a forma mais comum de demência), podem ser prevenidas ou atrasadas.

A Organização Mundial de Saúde estima que existam 47.5 milhões de pessoas com demência em todo o mundo, número que pode chegar os 75.6 milhões em 2030 e quase triplicar em 2050, para 135.5 milhões. 

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