As notas do Moreirense-FC Porto: Dragão no fundo do poço 'rebenta' vulcão

Derrotas em Roma, Lisboa e Moreira de Cónegos atiraram o FC Porto para uma agonia que parece não ter fim e que já está a provocar níveis elevados de contestação.

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© Getty Images

Rodrigo Querido
25/11/2024 06:47 ‧ há 2 semanas por Rodrigo Querido

Desporto

Análise

É um FC Porto em missão suicida aquele a que temos assistido nos últimos jogos. Numa série de 22 jogos a vencer na Taça de Portugal, o conjunto azul e branco despediu-se de forma precoce da edição 2024/25 da competição e perdeu na tarde de domingo na visita ao Moreirense, por 2-1. Uma derrota que já está a provocar níveis elevados de contestação.

 

Derrota em Roma. Derrota na Luz. Derrota em Moreira de Cónegos. É este o pecúlio do FC Porto de Vítor Bruno nos últimos três encontros e que lançou o conjunto portista numa espiral negativa e, ao mesmo tempo, para um cenário de crise que há muito não se via nas hostes azuis e brancas.

Há 16 anos que o FC Porto não sofria três derrotas de forma consecutiva. Em 2008/09, os dragões, que na altura eram orientados por Jesualdo Ferreira, foram derrotados pelo Dínamo Kyev em casa para a Liga dos (a 21 de outubro, por 1-0) e caíram ante o Leixões no Dragão (2-3, a 25 de outubro) e a Naval (1-0, a 1 de novembro), em jogos do campeonato. O que aconteceu no final da época? Os portistas foram tetracampeões.

Pepê ainda tentou curar a agonia em que o FC Porto seguia, mas Asué e Alanzinho foram os ingredientes necessários para fazer 'explodir' o vulcão azul e branco. Depois dos momentos de contestação em Moreira de Cónegos, a comitiva portista regressou à cidade Invicta sob uma chuva intensa... e elevadas ondas de choque.

Assim que o autocarro portista se aproximou das garagens do Estádio do Dragão, a viatura foi atacada com petardos por parte de um conjunto de adeptos contestatários. Mas não se ficou por aqui. Quase duas horas depois da tensa chegada do autocarro ao Estádio do Dragão, André Villas-Boas, presidente do FC Porto, e Jorge Costa, diretor para o futebol dos portistas, dirigiram-se à rua para conversar com os adeptos.

No meio disto tudo, como fica a posição de Vítor Bruno? Depois da derrota em Moreira de Cónegos, o treinador azul e branco garantiu não querer fugir dos problemas e assacou as responsabilidades por esta onda negativa.

O que três derrotas consecutivas fazem...

Mas vamos às notas desta partida:

Figura

Se o Moreirense segue em frente na prova, muito o deve a Alanzinho. O brasileiro está a recuperar a preponderância de épocas anteriores e acabou por entregar a vitória à sua equipa. Foi dos elementos mais ativos dos lado dos minhotos.

Surpresa

O FC Porto perdeu, mas Pepê foi dos que mais lutou contra este destino. Foi a luz portista num jogo frouxo por parte da sua equipa. Inaugurou o marcador, de cabeça, ao segundo poste e tentou puxar os portistas para o ataque.

Desilusão

Fran Navarro deste estar a clamar por mais oportunidades, mas atirou mais uma para o caixote do linho com a exibição no Minho. O avançado espanhol foi titular em Moreira de Cónegos e acabou por ser um autêntico nulo contra o Moreirense.

Treinadores

César Peixoto

Esperava-se um jogo complicado contra o FC Porto e César Peixoto conseguiu montar uma equipa que não tremeu diante de um adversário que se apresentava claramente superior. Mas não foi nada disso que se viu em campo. A consistência defensiva, onde emergiram os centrais Marcelo e Maracás, foi a chave para a vitória dos minhotos no encontro.

Vítor Bruno

Mais um deserto de ideias por parte do FC Porto. A palavra criatividade não entrou no dicionário portista nesta partida e isto acabou por acelerar a eliminação. Os cruzamentos até estavam lá e, por vezes, em demasia. Mas para que esses cruzamentos terminem em golos, é preciso saber finalizá-los. E o conjunto da Invicta esteve longe de fazê-lo. Há muito trabalho pela frente para retirar esta equipa do fundo do poço.

Arbitragem

Jogo exigente para Tiago Martins. O árbitro manteve o encontro controlado, mas errou em algumas decisões disciplinares. No lance mais polémico, aparentemente decidiu bem ao ouvir as palavras do seu assistente e marcar a grande penalidade que decidiu a partida.

Leia Também: Choque total no Minho. FC Porto aumenta série 'negra' e está fora da Taça

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