Casa, relógios... Giuliani tem de entregar bens a assessoras que difamou

Rudy Giuliani tem sete dias para entregar os seus bens a duas assessoras que difamou, acusando-as de interferir com os resultados eleitorais de 2020. A decisão surge após ter sido condenado ao pagamento de uma indemnização de 140 milhões de dólares.

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© ADAM GRAY/AFP via Getty Images

Márcia Guímaro Rodrigues
22/10/2024 23:58 ‧ 22/10/2024 por Márcia Guímaro Rodrigues

Mundo

EUA

Rudy Giuliani, ex-advogado de Donald Trump, terá de entregar o seu apartamento de luxo localizado em Manhattan, Nova Iorque, e outros bens valiosos a duas assessoras eleitorais do estado da Geórgia que difamou. 

 

Em causa está o facto de Giuliani ter acusado falsamente Ruby Freeman e Shaye Moss de terem interferido no resultado das eleições em 2020. No ano passado, o advogado, que foi também mayor do estado de Nova Iorque, foi condenado ao pagamento de uma indemnização de mais de 140 milhões de dólares (cerca de 135 milhões de euros).

Segundo a BBC, que cita documentos judiciais divulgados esta terça-feira, um juiz obrigou que Giuliani entregasse o seu apartamento, avaliado em cerca de seis milhões (5,5 milhões de euros), além de relógios, móveis e memorabilia desportiva.

Entre os bens estão mais de duas dúzias de relógios e uma camisola assinada pelo antigo jogador dos New York Yankees, Joe Dimaggio.

Ficou também decidido que as duas assessoras serão as beneficiárias de dois milhões de dólares (1,8 milhões de euros) que o ex-mayor diz que a campanha presidencial de Trump de 2020 ainda lhe deve. 

No mês passado, Freeman e Moss pediram a um tribunal para apreender alguns dos bens de Giuliani, incluindo propriedades em Nova Iorque e Palm Beach, na Florida, bem como três dos seus anéis do New York Yankees World Series, um dos quais está avaliado em cerca de 30 mil dólares (mais de 27 mil euros). No entanto, o juiz decidiu adiar a decisão sobre os anéis e a propriedade em Palm Beach. 

Agora, de acordo com a BBC, Giuliani tem sete dias para entregar os seus bens, incluindo o apartamento de Manhattan. 

O caso remonta a 2020 quando Donald Trump saiu derrotado das eleições presidenciais, perdendo contra o democrata Joe Biden. Rudy Giuliani foi um dos mais ativos protagonistas da tentativa do republicano invalidar os resultados da votação sob o pretexto de uma alegada fraude eleitoral que nunca foi provada.

A partir de um vídeo que mostra as duas assessoras a passar um objeto - um comprimido de hortelã - durante a contagem dos votos na Geórgia, o ex-advogado afirmou que trocaram uma 'pen' informática como se fossem doses de droga para defraudar os resultados.

As duas mulheres afroamericanas contaram como estas acusações, replicadas por Donald Trump nas redes sociais, lhes valeram múltiplos insultos e ameaças, muitas vezes de natureza racista.

No ano passado, Giuliani foi também expulso da Ordem dos Advogados de Nova Iorque pelas suas repetidas mentiras sobre alegadas fraudes durante as eleições.

Leia Também: Harris e Trump tentam conquistar eleitores latinos com diferentes abordagens

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