"Nós continuamos a desejar que as divergências políticas sejam resolvidas de forma pacífica e em conformidade com o estado de direito. Reafirmamos o nosso apoio ao povo da Coreia do Sul e a uma aliança baseada nos princípios partilhados da democracia e do estado de direito", afirmou Blinken.
O secretário de Estado norte-americano sublinhou que "os Estados Unidos acompanharam de perto os acontecimentos das últimas 24 horas na Coreia do Sul", antes de recordar que a decisão de Yoon de levantar a lei marcial surge depois de uma votação unânime no Parlamento para rejeitar a sua decisão.
Na terça-feira, o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Vedant Patel, já havia afirmado que os Estados Unidos esperavam que os incidentes na Coreia do Sul fossem resolvidos "pacificamente" e "de acordo com o estado de direito", apelando ao respeito da decisão do parlamento sul-coreano de suspender a lei marcial proclamada pelo chefe de Estado sul-coreano.
Na terça-feira à noite, Yoon comunicou ao país a imposição da lei marcial para "erradicar as forças a favor da Coreia do Norte e proteger a ordem constitucional" das atividades "anti-estatais", tendo acusado o principal bloco da oposição, o Partido Democrático (PD).
Poucas horas depois, o Presidente suspendeu a lei marcial, depois de o parlamento da Coreia do Sul ter revogado a decisão, numa sessão plenária extraordinária convocada numa altura em que milhares protestavam nas ruas de Seul.
O PD anunciou, entretanto, que vai apresentar esta quinta-feira uma moção de censura ao Presidente, depois de os partidos da oposição terem ameaçado iniciar um processo de destituição contra o chefe de Estado se este não se demitisse.
"A declaração de lei marcial de Yoon é uma clara violação da Constituição. É um grave ato de rebelião e uma razão perfeita para um julgamento político", lê-se num comunicado emitido pelo referido partido, acrescentando que o líder "não cumpriu com nenhum dos requisitos" estipulados pela Constituição para declarar a lei marcial.
Até ao momento, pelo menos 10 conselheiros do Presidente demitiram-se, incluindo o seu chefe de gabinete presidencial, Chung Jin-suk, segundo a agência de notícias sul-coreana Yonhap. O conselheiro de segurança nacional, Shin Won-sik, e o chefe do gabinete presidencial para as políticas, Sung Tae-yoon, também apresentaram as suas demissões.
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