"Acho que sim. Acho que os contextos são diferentes, a realidade política e social é diferente, mas a inspiração é a mesma. Nasce de uma raiz muito popular, com uma confluência de vontades políticas que não são totalmente convergentes, de três partidos políticos", disse hoje o chefe do Governo e presidente do PSD à entrada da igreja de Cristo Rei, no Porto.
Luís Montenegro, afirmou que a sua AD "oferece aos cidadãos uma resposta [...] que está muito alinhada" com Sá Carneiro - um dos fundadores do PSD, então PPD - , com os seus princípios programáticos e matriz ideológica.
"Desse ponto de vista, acho que sim, que faz jus. Não entrarei em comparações, como é óbvio, mas do ponto de vista dos princípios, com realidades distintas, nós estamos muito alinhados", referiu, estando ladeado pelo presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, enquanto aguardavam a chegada do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
No dia em que se assinalam os 44 anos da morte de Sá Carneiro, Luís Montenegro mostrou-se convicto de que o antigo primeiro-ministro "estaria hoje muito orgulhoso" do trabalho atual da liderança do PSD "no partido e no país".
O primeiro-ministro vincou "a social-democracia, a liberdade económica, a livre iniciativa, por um lado, mas ao mesmo tempo a garantia dos direitos sociais por parte do Estado", bem como "a igualdade de oportunidades" ou a "interação entre o setor público, privado e social ao serviço do cidadão" como pontos fundamentais do legado de Sá Carneiro.
No âmbito das cerimónias evocativas do 44.º aniversário da morte de Francisco Sá Carneiro, Luís Montenegro colocou, ao final da tarde, uma coroa de flores no monumento que, situado na Praça Dr. Francisco Sá Carneiro, homenageia o fundador do PSD.
Na homenagem, que demorou pouco mais de 10 minutos, marcaram presença vários militantes do partido e o presidente da Câmara do Porto, o independente Rui Moreira.
Em 04 de dezembro de 1980, Francisco Sá Carneiro, então primeiro-ministro, e Adelino Amaro da Costa, ministro da Defesa, morreram na queda do avião Cessna quando partiram de Lisboa para um comício de campanha no Porto, assim como a tripulação e restante comitiva: Snu Abecassis, Manuela Amaro da Costa, António Patrício Gouveia, Jorge Albuquerque e Alfredo de Sousa.
Inicialmente, o motivo da queda foi atribuído a um acidente, mas, anos mais tarde, após várias comissões parlamentares de inquérito, ganhou força a tese de atentado, nunca tendo sido incriminados os suspeitos da alegada sabotagem da aeronave.
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